segunda-feira, 14 de março de 2016

Equinócio em A-do-Cavalo


XXIII
O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo
Porque não interroga nem se espanta.

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer coisa no sol de modo a ele ficar mais belo...

(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...

Porque tudo é como é e assim é que é, 
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)