terça-feira, 1 de março de 2016

Solstício

 O solstício de Inverno vai dormir às Sete Pipas, lá para Sul. Chega cansado, coitado, mal aparece perdido em tais lonjuras. Diz-se que já por lá se perderam marinheiros, quem o sabe...
Um dia acorda e põe-se a regressar, bom filho que a casa torna e volta a Ítaca. Deixa atrás a Cruz de Pedra, e ao chegar À-do-Cavalo muda o nome. É o equinócio e sorri. E nós com ele.
Mas só descansa no castro de Casteição, onde já voltou a ser o solstício de Verão, Anda aí pelas romarias, baila com as moças, se calha. Vai às vinhas que há na terra quente, leva um pipo e vai-se embora. Vem e vai, sempre a hesitar. Há milénios que ele passa a vida nisto e nós também!