quinta-feira, 31 de março de 2016

Lá fora

Este há-de vir a dar ameixas. Aquele, um dia, mirtilos, e o vizinho alguns kiwis. Ou framboesas, groselhas... Quem sabe é Ceres. E aqueloutro, sei-o eu, uvas-espim. Começaram a abrolhar. Coisa assim só vi um dia num salão. Eram os dedos da Maria João Pires, a passear no teclado dum piano, donde saía a alma de Chopin. Nunca vi uma coisa assim.
A frente fria passou, e o frio dela ficou. Outro remédio não tinha, senão passar. Virou cieiro, o suão, bem agreste esse cabrão. Mas veio o sol, já nasceu.
E ouvi falar dum Tavares a quem a vida vai bem. Recebe cinco milhões pela gestão da Peugeot/Citroën, que a salvou da ruína em que vivia. Cá me parecia! Esteve em Portugal um dia, vindo da Nissan. E queria trazer para as fábricas de Cacia um projecto de baterias de lítio, para os automóveis eléctricos. 
Foi então que nos saltou ao caminho a quadrilha dos ladrões. Correram Sócrates e despacharam o Tavares, e os franceses chamaram-lhe logo um figo. Até que um dia... isso vemos amanhã!