terça-feira, 29 de março de 2016

Manual de instruções do terrorismo, em sociedades doentes

A Comunicação Social é uma alavanca poderosíssima nas sociedades de hoje. E tanto pode ser um instrumento de progresso e edificação da cidadania colectiva, como pode ser uma arma de embrutecimento e destruição dela. Isenta das regulações do poder democrático, fica entregue aos interesses do mercado e vive do lucro deles.
Entre nós, O CM, da Cofina, é o palco principal do crime, com cenas nos bastidores. Os arguidos são a imprensa que vive da calúnia, da destruição de carácter, dos direitos de cada cidadão ao seu bom nome; os magistrados e juízes que minam e corrompem a Justiça; as falsas elites políticas que vicejam no pântano onde a cidadania acaba por se afogar.
Os modos de agir são a violação das leis, as escutas ilegais e sem controle, a investigação selectiva, o comércio das fugas ao segredo de justiça.
As vítimas primeiras são os Direitos do Homem, o Estado de Direito, as liberdades democráticas e a cidadania.
Quem mais ganha são as elites privilegiadas e as suas indústrias de condicionamento e calúnia. 
Quem perde são os países e a cultura deles, o progresso das suas sociedades, são os povos que ficam sepultados no negrume da ignorância e da precariedade. E os cidadãos sujeitos ao seu terror.
O CM de ontem é uma demonstração exemplar, numa página antológica e inteira. Lá dentro amalgama Sócrates, e Vara, e a filha Bárbara, e o super-juiz Carlos Alexandre, e o Lula do Brasil, e a Lava-Jato, e o PS português e o PT brasileiro.
Sócrates recebeu no título 12 milhões do empreendimento de Vale do Lobo. Lá dentro consta, afinal, que "está indiciado por ter recebido 12 milhões do empreendimento". Quando quer fundamentar seja o que for, o CM baseia-se em textos próprios, isto é, naquilo que ele mesmo já disse, dado como prova de facto. É sempre assim. 
A filha Bárbara, do Vara, foi alvo de um mandado de buscas no escritório. Depois disso foi alvo de "escutas. E o CM, que tem acesso a elas, confidencia-nos que a Bárbara , que ficou atemorizada, até elogiou "a discrição e a simpatia dos agentes da Inspecção Tributária" que lhe fizeram as buscas.
O super-juiz, quando ouviu o Vara, até o aconselhou, paternalista, a usar o nome da filha, no seu depoimento. Ser-lhe-ia sempre favorável. O Vara é que não quis metê-la nisso.
O Lula e a Lava-Jato são metidos a martelo, mas dão jeito. Que as coisas pelo Brasil não andam abonatórias.
O CM não diz nada, nem poderia afirmar esta evidência: em Portugal, a razão fundamental desta velha cruzada anti-Sócrates foi impedir o sucesso eleitoral do PS. De início em 2005, mais tarde em 2011. Assim como no Brasil do Lula, o alvo dos revanchistas é o PT. E os combates das elites são neo-internacionalistasPois claro! Claríssimo!