quarta-feira, 2 de março de 2016

São fadários, são heranças?...

A velhota ganhou corpo em Rocamonde, há um século atrás. E antes de granjear espiga levaram-na para o Brasil, a rendilhar uma vida. Tem por lá filhos, tem netos, tem saudades e lembranças e um tempo que já passou.
Mas há uma redondilha que resiste, que atravessou o mar e foi com ela, só se lembra do refrão. Era a que o avô cantava à sua vaidosa avó ruborizada. Já não se lembra das voltas nem da melodia. Mas está à espera que os netos lha cantem quando fizer anos, e apagar cem velas, para morrer em paz. 
Vou ter que andar à procura, com uma candeia na mão! Em Rocamonde, que nem sei bem onde está.