IASFA
« (...) Para quem não saiba, os Serviços Sociais das Forças Armadas foram
pensados, planeados, construídos e administrados por militares, sendo nas Forças
Armadas integrados e constituindo um órgão de jurisdição militar, que se consolidou
num património assinalavelmente valioso. Qualquer entidade ou instituição que crie
serviços sociais de apoio ao seu pessoal não pode deixar de os incluir no seu âmbito.
Surpreendente e incompreensivelmente, os Serviços Sociais
das Forças Armadas foram-lhes subtraídos e praticamente integrados no Gabinete
do Ministro da Defesa (anterior!). Ora se o Ministério exerce a tutela política das Forças Armadas,
também a exerce sobre os diversos órgãos que as constituem, só que no presente, em
insultuoso curto-circuito relativamente ao Chefe do Estado Maior General das Forças
Armadas.
Esta alteração não pôde deixar de inquietar os beneficiários que já nem sabem o
destino da sua contribuição e, dada a progressiva degradação, sucessivamente vão
perdendo a confiança numa acção social indispensável à condição militar.
Precisamente o respectivo Ministro afirmou convictamente a sua
concordância com a transformação dos Serviços Sociais em Instituto Público/IASFA
(Instituto de Apoio Social das Forças Armadas) o que é profundamente rejeitado pela
generalidade de todos os beneficiários. Mas foi mais longe, afirmou a possibilidade de o
respectivo Conselho Directivo poder ser constituído por um Presidente e um ou dois
Vogais, todos civis; referiu até que se fosse constituído só por militares consideraria o
facto como uma coutada. Uma coutada? (...)
As Forças Armadas começam a não poder continuar a tolerar os dislates, as faltas de
respeito, o ser negligenciado o que se refere à sua dignidade e a adopção de soluções
desprestigiantes. Elas são a ossatura moral da Nação, a expressão material da vontade
de um Povo em ser livre e soberano. São um órgão de soberania indispensável à
estrutura do Estado. Sem elas não há Estado nem sequer Nação. (...) Face ao descontentamento que grassa nas Forças Armadas, o progressivo repúdio da
Sociedade Civil pela Política, generalizando-o aos políticos, e a descrença progressiva
pelo regime político, uma grave crise nacional pode dar origem a efeitos imprevisíveis
que poderão redundar num regime político de carácter totalitário comunista, militarista
ou fascista… [31 Jan 2016]»
USO E PORTE DE ARMA
« (...) Mas é, a meu ver, um insulto sobre os
reformados e sobre as chefias militares. Trata-se de retirar EXCLUSIVAMENTE aos
militares reformados o seu direito, constante aliás do verso dos BI militares, do uso e
porte de arma, DE QUALQUER TIPO, sem estarem sujeitos a um EXAME PSÌQUICO
que ateste a sua idoneidade e que deverá ser sujeito à APRECIAÇÃO e
AUTORIZAÇÃO do director da PSP!!!
Quer isto dizer que o militar que serviu nas FFAA ao longo de 41 anos e durante sete
anos combateu nas três frentes em África, no momento em que passa à reforma deixa de
ter idoneidade para poder ser portador de uma arma, sem ter a AUTORIZAÇÃO de um
chefe da PSP que nem sequer o conhece e que baseia a sua hipotética autorização num
qualquer documento passado pelo médico de família ou qualquer outro
Mas quem melhor conhece o militar e a sua idoneidade que o CHEFE da sua corporação
de quem sempre dependeu hierarquicamente?
E que desconsideração para o chefe da corporação onde ele serviu, ver a sua autoridade
(lógica pelo menos, se não formal) sobre um funcionário da sua organização ser
atropelada por um chefe da PSP (sem desprimor para o mesmo) que nunca sobre ele
teve autoridade, nem o conhece... (...)
Devagarinho, sem reacção das chefias, esta cambada de mentecaptos vai degradando o
BRIO, O RESPEITO, A DIGNIDADE e a COESÃO das Forças Armadas, começando
sempre pelos mais fracos que não podem reagir e em quem os chefes já pouco reparam!
E, atente-se, eu nunca andei armado nem penso vir a fazê-lo, quanto mais não seja para
não andar às ordens dum chefe da PSP que nunca foi o meu!»