Este texto do DN é um exemplo flagrante. Baseado em dados falsos, em realidades que se escamoteiam, põem-se os leitores a ruminar um feno cúmplice, e a apontar o dedo aos militares.
1 - Em 1995, num governo de Cavaco, os Serviços Sociais das Forças Armadas (SSFA) foram transformados em Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), passando a reger-se pelas normas dos institutos públicos e saindo do âmbito militar. O novo IASFA foi sendo transformado num bolo tóxico, onde entraram a Acção Social Complementar (ASC) no CAS Oeiras, a Saúde Militar (ADM, com um único Hospital no Lumiar claramente insuficiente para as necessidades das Forças Armadas, e para a qual ADM os militares passaram a descontar 3,5% mensais excluindo esposas), a Cooperativa Militar na Rua de São José em Lisboa, e a sede do IASFA na Pedro Nunes em Lisboa. Do IASFA só saíram as cotizações dos sócios, que deixaram de existir.
2 - A antiga gestão militar dos SSFA (através do novo IASFA) foi integralmente substituída por futricas, boys do partido do governo anterior, pagos pelo próprio IASFA. Em teoria, e afastado o general que presidia ao Conselho Directivo, só sobreviveu entre os futricas a figura dum general que até hoje não foi nomeado. Quer dizer que só existe no papel.
3 - Este percurso de ruína e desfalque financeiro foi sendo seguido (apesar da enorme degradação dos serviços prestados), com o claro objectivo de fragilizar o IASFA e tornar disponível o seu vasto e velho e muito apetecido património. Haveria de chegar aquele dia em que uma re-estruturação de tudo seria inevitável. E esse dia já chegou, contando sempre com a cumplicidade da contra-informação, que põe os militares a congeminar hotéis na Estrela, à vista da basílica duma rainha louca.
4 - Isto tudo aconteceu pela mão dum marginal que aí andou a fingir de ministro (Aguiar Branco), membro duma quadrilha de salteadores, que se governaram até saltarem do governo. E um jornalista mercenário do DN explica tudo muito bem aos seus leitores.