quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Vamos então ver por partes!

Qual o momento, e em que circunstâncias, se formaram a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP)? Foi exactamente há 40 anos, nos finais de 1974.
E caso não tenha sido para representar direitos ultrajados dos actores judiciais nos tribunais plenários, registemos o momento e passemos adiante. Não sem deixar ressaltado que a poderosíssima e perigosa corporação dos agentes da Justiça (vista colectivamente, claro!) é um dos pilares do poder democrático.
É verdade que ainda hoje os meretíssimos magistrados na situação de reforma usufruem de pensões "jubiladas". Isto quer dizer que não são inferiores aos salários no activo, e matêm-se indexadas aos aumentos que neles têm lugar. Ter um sindicato afinal valeu a pena! É que só os professores catedráticos e o corpo diplomático auferem de tais benesses, vá-se lá saber porquê.
Isto vem muito a propósito da proclamação de Ventinhas, esse fenómeno sindical que adorna a nossa Justiça. O que ele diz aqui é inenarrável, e devia dar-nos que pensar.
Imaginemos de caminho o que seria ter um sindicato dos legislativos do Bloco de Esquerda, mais que lícito, dentro da mesma lógica! Um outro do PCP/CDU! Outro ainda dos traidores austeritários do governo de sipaios que aí andaram! E já agora mais um outro dos ex-presidentes da república, um panteão de reservas da Nação, aposentadas!
Isto é um quadro inenarrável, medieval e iníquo. E deveria dar-nos que pensar. Porém não dá, que somos mansos e cobardes. e já formámos calo no cachaço. E eles sabem-no, melhor do que ninguém!