sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

CFA romancista?

Bons augúrios:

« (...) - Há quem defenda que o jornalismo potencia a literatura.
- É uma grande oficina, é a melhor oficina. Porque um livro tem muita carpintaria, muita estrutura, muita técnica, muita gramática. Para se ter isso, é preciso ter o músculo desenvolvido, porque quanto mais se escreve melhor se escreve e quanto mais se lê melhor se escreve e quanto mais se lê melhor se lê. Não acredito muito em romances escritos por amadores que leram três ou quatro livros e que nunca escreveram profissionalmente. A não ser que sejam génios de geração espontânea. Normalmente, os grandes livros são escritos por pessoas na idade madura, que tiveram uma experiência de vida considerável, que leram muitos livros, e que já escreveram antes.
- No caso do romance?
No caso do romance, que é uma maratona.
E a poesia?
Há muita gente que escreve versos, mas há muita má poesia, a maior parte da poesia não presta. A grande poesia é como a grande música, É como dizia o outro: eu escrevo com a mesmas notas de Beethoven mas não consigo compor uma sinfonia. (...)»
[Clara Ferreira Alves, Entrevista in Ipsilon]