quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Intermezzo

Em Longroiva há um castelo dos templários. Há esta manhã airosa e limpa. Há uma chaminé a fumegar. Há um velho a atravessar a rua, arrimado a uma bengala. Há tractores que transportam azeitona para um lagar. Há umas termas sulfurosas, recém-reconstruídas. Há um solar muito baixinho, com um brasão da gesta gloriosa, adaptado a turismo de habitação; um dia quis lá dormir mas fugi dele, com receio duma harpia, e das teias de aranha que lá havia. Há os penhascos de xisto da Verdadinha, a desenhar as margens dum ribeiro. E além em frente, no cimo da cumeada, dá consultas a bruxa da Relva, que tem as bênçãos do doutor Sousa Martins; só a mim não valeu ela de nada.