Não é uma provocação do Ano Velho, embora bem pareça! É que tenho, no pensamento e na emoção, dois lugares de culto predilectos: a Europa Central (que foi a incubadora da civilização moderna no planeta) e a África sub-sahariana. Nenhum homem branco ocidental fica indiferente a tal coisa. Além disso muito suspeito de que sobrevivem em mim alguns indícios dum vago stress pós-traumático. Adiante!
Disposto a arquivar todas essas questões (vai sendo tempo!), fui rever o conjunto de nove documentários do Joaquim Furtado, um magnífico trabalho da RTP em 2007. Depois caiu-me nas mãos o filme de Goran Hugo Olsson, sobre o papel que teve Frantz Fanon (um psiquiatra negro da Martinica francesa, 1925-1961) na apologia da violência como única via para a libertação colonial dos africanos, especialmente os do anacrónico império português.
Está ali tudo bem explicadinho, desde os equívocos, aos erros, aos crimes e aos seus autores. E os portugueses têm a papinha toda feita, se estiverem interessados em perceber tudo o que de essencial aconteceu na sua história mais recente, mais traumática e mais determinante.
Mas eles não parecem interessados em tais coisas, se dez por cento as conhecerem e lembrarem já é muito. O pior é que a História é como o solstício, volta sempre!
*** Frantz Fanon