quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Custa menos!

Em Mitt Romney, um mórmon super-milionário, concentram-se os sonhos da América profunda, essa terra que há-de voltar a ser poderosa, bélica, dominadora. É ele o candidato conservador à Casa Branca, e vai ganhar as próximas eleições.
Um dia destes decidiu vir à Europa, uma terra que ele chama, desdenhoso, "o país de Obama". Um país de súbditos mesquinhos, desprezível e tristonho.
Passou por Londres a visitar os feitores, para mostrar a Berlim que tinha lá ido. Passou por Gdansk a ver velhas amizades, para lembrar à Rússia que a considera ainda o inimigo geopolítico número um. E passou por Israel para deixar avisos ao Irão, para garantir o voto dos judeus e recolher uns donativos de campanha. Não foi de mãos a abanar: 40 doadores meteram-lhe no bolso um milhão de dólares.
O mal maior foi quando abriu a boca. 
Logo falou de Jerusalém como capital de Israel, ignorando a tripartida questão ali centrada.
Ao vir aqui, ao olhar para esta cidade e ver as conquistas do povo desta nação, reconheço o poder da cultura, pelo menos, e de mais algumas coisas: o clima de inovação, a capacidade dos judeus para superarem as adversidades e a mão da Providência!
Depois comparou valores em abono da tese. 
O PIB per capita de Israel andará à volta de 21 mil dólares; o das áreas palestinas mais à volta de 10 mil dólares. 
Conclusão, para quem tivesse dúvidas: uma enorme diferença na vitalidade económica.
Acontece que em 2011, o Banco Mundial atribuiu a Israel um PIB pc de 31 mil dólares, e às áreas palestinas uns míseros 1500 dólares. E viva o velho!
Um estratega assim é um justo vencedor, e eu fico todo contente. Vem-me à cabeça a ideia de que a América, que já teve um dia o seu Passos Coelho, vai voltar a ter outro. É que o mal dividido pelas aldeias custa-nos menos a todos!