Em volta há agências bancárias que já tiveram mais agitação,
há pastelarias e esplanadas de cafés. E os clientes saboreiam nelas a carícia fugidia
dum precário Verão. Ao fim da tarde povoam-nas de óculos escuros e risadas, e
trejeitos de cabeça, e fumo de cigarros femininos, e grasnidos de smartphone.
Um dia alguns patriotas,
tomados de complexos de soberania, pensaram em chamar-lhe a Praça Sá Carneiro. Atrás
das árvores plantaram dois pilares e um baixo-relevo tosco, com palavras que o
vento já levou.
Mas o ouvido do povo não se ajeitou à mudança. Chama-lhe
Praça Velasquez, respeita as eufonias e evita más lembranças.