quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os equívocos são como os figos, azedam todos no final do Verão.

Estou de acordo com o Presidente da Câmara de Foz-Côa, que declara rejeitar a ideia de que o Museu do Côa possa transformar-se num elefante branco. Na verdade nada pode transformar-se naquilo que já é, ou mais exactamente naquilo que sempre foi.
Diz um jornal que a 24 de Agosto será palco de uma ópera, acompanhada pela Orquestra do Norte. E acaba de ser dotado de uma cafetaria e de um restaurante, que poderão levar mais gente a visitar o museu. 
Estes equipamentos sempre lá estiveram. Nunca chegaram a abrir porque nunca foram concessionados, porque ninguém concessiona a sua própria ruína.
Depois de arrastadas indecisões e conflitos, criou-se uma fundação para gerir o Museu, na qual entram avulsas entidades. "Uma das prioridades  passa por consolidar o orçamento para 2013 (...)". "Apesar de o orçamento já ter sido aprovado, ainda não está assegurado para 2012". "Por outro lado é preciso procurar meios próprios que permitam fazer crescer a fundação que gere o MC e o PAVC". Por pudor nada se diz sobre o número de visitantes.
O fatal equívoco da barragem do Côa e dos cavalinhos que não sabiam nadar, a que se somou mais outro com o Museu, só tem paralelo no equívoco do Tua, que é exactamente a mesma coisa vista em negativo. Onde podia fazer-se, não se fez. Onde é um crime fazê-lo, far-se-á.
Este Portugal de visionários em roda livre há muito que não tem concerto.