Em Perafita, a dez quilómetros do centro de Matosinhos.
A edição de 9/7/12 do JN apresentou um trabalho de dupla página do jornalista Daniel Deusdado, sobre a JP-Sá Couto. A empresa do tal Magalhães, um dos pregos com que os nossos beaux-esprits quiseram crucificar os governos de Sócrates.
Transcreve-se parcialmente, sem comentários que dispensa.
"(...) Jorge e João Paulo Sá Couto criaram, em 1989, uma empresa para assistência técnica e, a seguir, começaram a montar computadores a que chamaram Tsunami. "Mas não podíamos ficar a fazer aquilo a vida toda". Por isso começaram, em 2006, a estudar como fazer um computador diferente para o segmento da educação. Volvidos 2 anos, concorreram ao fornecimento de portáteis para as escolas portuguesas (7º, 8º e 9º anos) lançado em 2008 pelo governo anterior. (...)
A seguir, Sócrates tornou o computador na "bandeira" da nova sociedade da informação, onde educação e tecnologia chegavam a todos, incluindo os mais pobres. A JP-Sá Couto agarrou a oportunidade nacional e depois andou pelos road-shows internacionais onde o Governo anterior exibia alguns dos melhores produtos "made in Portugal".
Hoje o Magalhães está oficialmente adoptado como solução escolar em 49 países, e representa mais de metade das vendas mundiais do segmento. Por detrás há um parceiro essencial: a norte-americana Intel, maior produtora mundial de processadores.
Ao todo, já saíram da linha de montagem de Matosinhos mais de três milhões de Magalhães. (...)
"Já não precisamos de procurar novos mercados. Vêm ter connosco. Não paramos", diz Jorge Sá Couto, chairman e principal interlocutor com ministérios da Educação de dezenas de países.
A JP-Sá Couto havia apresentado, em 2011, ao QREN, um projecto de investimento de 20 milhões de euros, a concretizar em Matosinhos, para criar nova fábrica e responder aao crescimento da procura. A verdade é que o governo cancelou projectos de várias empresas (16) que ainda não haviam entrado em fase de execução, e um deles foi o da nova fábrica do Magalhães. A JP-Sá Couto parece ter resolvido o problema construindo fábricas fora de Portugal. (...)
É um cluster de centenas de milhões de euros, com locomotiva portuguesa...(...)
Este trabalho está na vanguarda mundial das ferramentas educacionais e fez com que a Intel lhe atribuísse o galardão "Education Solution Provider". (...)
Depois do primeiro passo de gigante na internacionalização - o acordo com Hugo Chavez e a Venezuela - seguiram-se muitos países da América Central e do Sul. A JP-Sá Couto prepara-se para inaugurar em breve uma fábrica no Brasil, já que este país, sozinho, representa um mercado gigantesco. (...)
No horizonte está uma fábrica para a América Latina, provavelmente no Panamá. Mas antes disso a empresa vai inaugurar em 2013 uma unidade em Angola. África é, aliás, um território de grandes oportunidades para o Magalhães, já que o nível de escolaridade é baixo e o uso de novas tecnologias ainda menor.
A Ásia é outro mundo imenso de oportunidades. Jorge Sá Couto voltou há dias do Paquistão, com os negócios bem encaminhados para mais um país Magalhães.(...)
O pacote torna o Magalhães em mais um contributo para a concretização do sonho de Nicolas Negroponte, o guru do MIT (Massachussets Institut of Technology) que em 2005 desejou poder ter computadores a 100 dólares para fomentar a sociedade da informação pelas crianças de todo o mundo. E quem é que afinal o está a ajudar a concretizar? Magalhães, o computador-navegador. Português."
NOTA muito pessoal: Fernão de Magalhães é o único marinheiro português de que me orgulho. Não foi mais uma vítima inútil, entre muitas. Deu a volta inteira ao mundo, provou que ele é redondo. Ao serviço de Espanha, pormenor que então não era surpreendente. Nem hoje é!