segunda-feira, 30 de julho de 2012

Quem com ferros mata...

Fui abastecer o carro e deixei no balcão 80 Euros, nunca semelhante me tinha acontecido. É verdade que o panzer estava na reserva. Mas também é verdadeiro ter Portugal os terceiros combustíveis mais caros da Europa, antes de impostos. E por certo não é falso o aumento de 57% dos lucros da GALP no primeiro semestre deste ano.
Logo me lembrei dum paraíso perdido. Há 50 anos, bastavam-me 100 escudos para encher duas vezes o depósito do Morris Mini, numa base americana dos Açores. Eu era por então um mísero chavalo, tristonho e desatento. E já se sabe que a consciência das coisas tem um preço alto.
Com menos de 6% da população mundial, a América encarrega-se de consumir alegremente 26% deste tipo de energia a nível do planeta. Só a tropa toda da América consome todos os dias o mesmo que Portugal inteiro, mesmo quando se esfalfa a trabalhar.
E é puxando pelas pontas deste novelo que se entendem melhor os crimes do Iraque, e os da Líbia, e os outros que hão-de vir. Uma sociedade predadora não os pode dispensar. Nem os mais recentes, nem os que já estão na agenda. Que dos mais antigos já ninguém se lembra.
Alguém decretou um dia que quem com ferros mata...