Abril faz quarenta anos e ainda dura. E apesar da indiferença duns cínicos inúteis, e do ódio inconfessado doutros tantos fascistóides, quando deixar de durar deixa saudades.
Representar no Panteão a geração de Abril, que resgatou Portugal da ignomínia, é um dever do país para consigo próprio. E por motivos vários é Salgueiro Maia a figura adequada.
Mais que ninguém, expôs-se sem reserva no momento decisivo.
Não obteve, nem pediu, nem aceitou rigorosamente nada em troca. Remeteu-se ao silêncio, e acabou mesmo a ser desconsiderado por uma certa hierarquia.
Entre as várias figuras militares que em Abril deixaram marcas, ele é, de longe, a mais consensual. Estamos à espera de quê, ó Jorge Sampaio?!