O homem que me foi buscar ao mato, e me trouxe para "casa" moribundo, vive hoje à beira da indigência. A pensão de reforma que recebe já não lhe chega para proteger os netos, duma filha licenciada em química que está desempregada.
Eu julguei que o que sentia por "esta gente" era asco, uma coisa assim desagradável e nojenta. Agora sei que é ódio, sei que tomaria parte num pelotão de fuzilamento, a ver rebentar no ar uma cabeça.
Portugal caiu nas mãos dum bando de arianos dum tipo novo. Criaram-se na selva, em sertões onde esfolavam pretos para se divertirem. Hoje fazem experiências no corpo do país, ensaiam fórmulas novas do manual, a mando dos modernos nazis. Talvez eles vejam o resultado delas. Eu é que não quero uma alma assim.