Visito quotidianamente uma dezena de blogues de índole diversa. À procura de saber. Para não ser, como o corno, o último a saber. Cornos já fomos nós todos, durante metade da vida, pelo menos.
Leio textos e comentários, quando os há. Para tomar o pulso. Para medir alguma febre que haja. E uma sensação desagradável me salta sempre à vista.
Uma ínfima parte são assinados com nome que há-de ser verdadeiro, e só não identifica porque a blogosfera não usa a cor dos olhos, nem a covinha no queixo, nem a verruga na ponta do nariz.
Uma boa parcela dos comentadores usa um pseudónimo, um nickname, que individualiza mas não identifica. E a esmagadora maioria prefere o magma do anonimato, onde todos são rigorosamente iguais a nada. Fundem-se todos num só, que por acaso não será o mesmo.
Não me importaria muito, se isto não quisesse dizer aquilo que significa: somos uma triste sociedade de anónimos cobardes que recusam ficar no retrato, incapazes de assumir a palavra que ousaram. Arremessam muitas vezes uma pedra, mas retiram logo a mão que a disparou.