sábado, 2 de fevereiro de 2013

HAJA LUZ! - 9


O CIDADÃO E O INDIVÍDUO
«O século XVIII, sendo fundamentalmente o século da codificação e organização, foi também, paradoxalmente, o século das liberdades - individuais, políticas e sexuais. Foi ainda o tempo de duas das mais importantes revoluções de sempre: a Revolução Americana (1775-1781) que levou à independência dos EUA, e a Revolução Francesa (1787-1799) com o seu slogan de Liberdade, Igualdade, Fraternidade. O grito da liberdade generalizou-se - até o Don Giovanni (1787) de Mozart canta "Viva la libertá!" (...)
O Homem Sensível e o Homem Político nasceram, de facto, no séc. XVIII. Simultaneamente emergiu a figura do cidadão e do indivíduo. Somos todos iguais em direitos, mas cada um de nós é um ser único e especial, um indivíduo (a que se juntam as circunstâncias). A importância do indivíduo em relação à classe teve reflexos em artes tão diversas como a música e a literatura. Por exemplo, no desenvolvimento do concerto para solista e orquestra, onde se assiste à afirmação gradual do indivíduo perante a massa sinfónica. O solista passa a ter direito a uma cadenza, isto é, a poder improvisar, sozinho, ao piano (ou com o violino, a flauta, etc.); a orquestra entretanto emudece, para ouvir a voz individual do intérprete. A consciencialização do indivíduo também deu origem ao personagem de ficção, isto é, possibilitou a criação do romance moderno.(...)

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Houve outro grande clarão no séc. XVIII - a Revolução Industrial. As causas foram várias, e as consequências ainda mais diversificadas, mas quase tudo se pode resumir numa frase: a substituição duma matéria-prima - a madeira - por outra, o ferro. (...)
A máquina a vapor possibilitou a mecanização do trabalho, facilitou a disseminação de fábricas, a produção em série, a divisão do trabalho, o embaratecimento dos produtos. (...)
Não é por acaso que aparece em 1776 A Riqueza das Nações de Adam Smith, uma obra que marca o aparecimento duma nova disciplina - a economia política. (...)»