Vem aí a Conferência do Rio, em busca dum compromisso para o ambiente.
E em boa hora vem, porque a bomba populacional, o consumismo aditivo, a exaustão de recursos, as agressões ambientais, a paranóia do mercado...
Claro que a mãe-natureza limita-se às suas leis. Despacha-nos para uma ETAR qualquer, e continua impávida e serena.
As cliques que mandam na nossa vida, desde os patrões até aos serviçais, não desconhecem nada disso. Sabem bem que o crescimento à maneira passada é uma utopia, salvo algum precário fogacho, sempre trôpego e fugaz. Sabem bem que a salvação só existe num modo de vida diferente, cujos contornos ainda não estão de pé. Em que as comunidades humanas poderão subsistir e desenvolver-se, sem crescer.
Sabem-no mas não o dizem, provavelmente por não poderem. É que se eliminavam a si próprias, e o seu plano não passa por aí.
Por isso metralham-nos a cabeça com competitividade, e crescimento, e retoma. Que eles anunciam para muito breve, e nos hão-de trazer um salário outra vez. Mas é mentira.