A tv-cabo trazia a casa a netcabo e o sinal de televisão. Quando me rendi às liberdades da banda-larga simples, rescindi o contrato.
Vieram dois brasileiros, cortaram o cabo, resolveram a questão. E eu fiquei desobrigado de olhar para a televisão, e não senti grande perda.
Só que há ecos de rotinas e habituações antigas que barafustam e não se querem calar. Sempre que podem impõem a sua lei. Se durmo fora, se visito alguém, parece até que fui matar saudades da magana. Foi o que ontem sucedeu.
À falta de melhor na concorrência, dei comigo na 2, a ver o 5 para a meia-noite. Uma coisa aí da chavalada, muito solta, muito desinibida, muito jovem, muito fresca, muito irreverente, com muitos tiques de falsa modernidade, era o que a lembrança me guardava.
Vai-se a ver e tudo aquilo é uma tristeza deprimente, uma rasquice reles, quem sabe se à pala de serviço público. Um exercício de cretinice militante e embrutecimento geral, disfarçado de humor e criatividade. Mal por mal, antes a concorrência! Mal por mal... nem sei o que recomende!
Afinal não ter televisão em casa é ficar-se livre duma das formas mais agudas da indigência, que anda por aí a rondar-nos as portas.