As andorinhas andam num badanal, vão e vêm no alpendre. Sabem que o tempo está aí, preparam a criação e o futuro. Qualquer espírito vagamente cristão lhes entende o frenesi.
Mas a manhã trazia outras questões. Será muito difícil percebê-las? Mesmo a uma opinião pública maiormente ignara e alheada, tocada pela arreata por uma comunicação social povoada de jornalistas proletarizados e mercenários, que salivam à voz do dono porque têm que pagar o pão dos filhos?
1 - O Marcelo presidente, o Costa primeiro-ministro, o Draghi do BCE e o Costa que ainda é governador do BdP, vão conversar à volta duma mesa . O Marcelo é herdeiro dum fantasma, auto-centrado e pacóvio. Mas traz no ADN a geração, o sentido do exercício do poder. Exerce-o com à-vontade e organizou o meeting.
O Costa é um PM com maneiras, sabe para que servem as visitas e o que pode extrair delas. Sabe comportar-se à mesa e participa.
O Draghi, mais mal que bem, vem tomar o pulso às coisas, no burburinho que aí vai na romaria.
O Costa do BdP quer-se explicar. Andou aí a servir de pau-mandado, e agora doem-lhe os dentes. Malbaratou as funções de supervisor, foi vendedor de bancos e quinquilharias, aviou copos de vinho a madraços trauliteiros, pôs-se ao serviço dum PM analfabeto e cobarde, e duma ministra loira que o pôs a lavar a loiça de avental, enquanto ela encaixava as mamas no wonderbra.
Será demasiado complexo, mesmo a indígenas que a história deformou, entender este encontro dos quatro cavaleiros, a propósito duma reunião do Conselho de Estado?
2 - O cavaquismo transformou o ensino superior num mercado ao ar livre. Numa batida de caçadores de propinas, em que participam universidades e institutos politécnicos. Feita de cursos de papel e lápis, Neste quadro, será exercício rebuscado perceber que o copy-paste e a prática do copianço são exercícios não só generalizados, mas tão normais como as cenas animalescas da praxe académica? Foi isso que um recente estudo concluiu.
3 - Na distrital de Coimbra do PS, foi convidada a ir dar uma volta ao Portugal dos Pequeninos a tropa das fichas falsas de há uns anos. Uns apaniguados seguristas inscritos à última hora, por causa das distritais?
Custa muito a perceber que a vida agora é diferente? Mesmo aos avulsos artistas do comentário político?!