terça-feira, 22 de setembro de 2015

Pobres das flores

                              XXXIII
Pobres das flores  nos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam...
[POEMAS de Alberto Caeiro, ed. Ática, Lx 1979]