Há-de ser ingenuidade, credulidade minha, excesso de boa-fé. Mas confesso a minha relutância em tomar à letra a afirmação de que qualquer governo, e o actual ministro Crato, têm como objectivo destruir a escola pública que o país foi construindo. A contradição é tão gritante, que me amotina a razão.
Ou amotinava! Pois que o aumento já visto nas protecções ao privado através do cheque-ensino, a coberto da liberdade de escolha, e o enorme caos nas escolas, sem professores nem auxiliares, agravados agora com o corte de 700 milhões na Educação, que o orçamento prevê, tiram-me as teias de aranha. Pior do que isto, para as Luzes dum país, só os séculos da velha Inquisição, de tão funesta herança.