«(...) Para estudos arqueológicos, designadamente para datar material orgânico, convém escolher uma espécie nuclear com um tempo de semi-transformação da ordem dos milhares de anos. O isótopo ideal é o Carbono14; (...)
Quando morrem, os organismos deixam de consumir mais carbono, mas o seu C14 continua a decair, reduzindo-se a metade ao fim de 5570 anos. A relação entre os dois isótopos - C14 e C12 - determina a antiguidade do organismo.
O método foi desenvolvido na universidade de Chicago por Willard Libby em 1949 - o que lhe valeu o Prémio Nobel de Química em 1960. Libby mostrou também que se podia usar o trítio (cuja meia-vida é de 12.26 anos) para datar a água - e portanto o vinho.
Uma aplicação relativamente recente (1989) e muito mediática da datação por Carbono14 foi a do Santo Sudário de Turim. A relíquia teria supostamente embrulhado o cadáver de Jesus Cristo; no entanto provou-se que tinha sido tecida na Idade Média, algures entre 1260 e 1390. (...)»
[in HAJA LUZ!, Uma História da Química Através de Tudo, Jorge Calado]