« (...) A austeridade, tal como a estamos a viver, com troika, memorando e tudo, foi uma bomba lançada irresponsavelmente sobre o país, por pequeno ganho político e enorme dano humano. (...)
(...) Que disse ele (Lobo Xavier)? Que as chefias da União Europeia naquele início de 2011, estavam apostadas em evitar o envio da troika para Portugal, e que foi sobretudo a pressa de Pedro Passos Coelho em chegar ao poder, em condições de implementar um programa ideológico impossível de levar a cabo em circunstâncias normais, que forçou a abertura da crise política com a correspondente chegada da troika. (...)
(...) Se há alguma desculpa para a irresponsabilidade de P.P. Coelho é que ele acreditava nela. Uma parte da direita, ainda que hoje abandone o barco, sempre acreditou que Portugal precisava de uma suspensão da democracia para endireitar as contas.
Já mais difícil de entender - e perdoar - é a atitude da esquerda. Não era possível ignorar o inferno a que já tinham sido submetidos os gregos e os irlandeses, nem negar que era necessário evitar o desembarque do FMI a todo o custo. (...)»
[Rui Tavares, in PÚBLICO]
Adenda: Falta aqui, ao menos em efígie, o chefe maior do bando: Cavaco Silva!