E de repente aparece no ecrã a figura do Portas, disfarçado de pin-up sado-masoch, vestida de cabedal e de chicote na mão.
Sendo ministro dos Estrangeiros do bando, esperávamos vê-lo explicar-nos por onde andam as 65.000 fotocópias com segredos de Estado, que levou para casa ao sair do gabinete, na penúltima campanha em que participou. Esperávamos vê-lo deslindar essa espinhosa questão das contrapartidas do negócio dos submarinos, que nunca se esclareceu. Esperávamos ouvi-lo a explicar-nos o depósito de um milhão de euros nas contas do CDS, por beneméritos do tipo Jácinto-leite-cápelo-rego. Esperávamos ouvi-lo falar do que sabe.
Mas não! Como se fosse o ministro das finanças, Portas vinha apenas informar-nos, de chicote na mão e num inglês despachado, que o seu governo domesticou finalmente os mercados. Oxalá fosse verdade, mesmo à custa da miséria, da nossa ruína e da nossa dignidade. Mas não é mais que propaganda de putedo. Foda-se, que tudo isto é demais!