«Nesse momento ingente, mais do que confessor e pregador régio, Vieira é o amigo e confidente do rei [D. João IV] e seu avisado conselheiro. Divulga então as linhas mestras do V Império, ideal utópico e profético com que, pregador, seduz ouvintes e mobiliza vontades, numa sociedade [pós-filipina] dividida e ainda em estupor. Além da filosofia e da força, quase vidente, de um discurso, anuncia para breve o "tempo oportuno" em que a paz, o amor espiritual, a abastança e a justiça reinarão no mundo.»
[in ATUAL, 13 de Abril]
O bom Vieira inventou o V Império, fez o que tinha a fazer no seu momento. Para resgatar a alma portuguesa dos escombros, do desespero e do erro.
Mas Portugal tomou-lhe à letra o tal império, e continuou a sonhar. Muitos visionários ainda sonham hoje, sem aspirar a mais nada.