«(...) O reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, num comunicado publicado no site da Reitoria, reagiu ao despacho de Vitor Gaspar (...).
Pela voz de António Rendas, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) fez saber que não acompanhava Sampaio da Nóvoa nas suas críticas, e que tinha escrito uma carta ao ministro da Educação, para ver se seria possível arranjar uma solução particular... (...).
A cartinha de Rendas é o melhor exemplo possível (o pior exemplo de facto) da forma como a hierarquia da Universidade portuguesa se habituou a funcionar: sempre medrosa, sempre subserviente perante todos os poderes, sempre habituada a jogar a carta da panelinha e do pedido de favor nos gabinetes dos ministros, em detrimento de uma posição pública digna e transparente, e duma defesa clara do bem comum.
Perante a degradação da democracia, a degenerescência do Presidente da República, o colaboracionismo do Governo, a promiscuidade do Parlamento, o sectarismo dos partidos, os privilégios da Igreja, a iniquidade da Justiça e o descrédito dos media, penso que a Universidade é uma das raras instituições com uma réstia de respeitabilidade na sociedade portuguesa, e felizmente que existem no seu seio intelectuais de coragem que não alinham pela voz do dono. (...)
[In PÚBLICO, José Vitor Malheiros]