Louçã foi entrevistado ontem na TV1. Fez um bonito discurso, enquanto estudioso dum conjunto de conceitos a que chamam economia, e praticante de um conjunto de outros a que chamam política.
A dada altura, num contexto que já escapa, o jornalista introduziu a questão magna: Passos Coelho, enquanto primeiro-ministro, é uma criatura de meter medo?!
Louçã iludiu esta questão, mas desencravou uma outra: O que andava a sonhar a lucidez cristalina de Louçã, quando em Março de 2011 despachou o PEC IV de Sócrates, e empurrou o povo ignaro para este matadouro?! É que um cidadão atento podia então intuir a resposta, mesmo sem ter carta de pesados! O resto é paleio de cona, que às vezes confundimos com inteligência.
A iliteracia discursiva patente e a correspondente desarrumação do pensamento, o primarismo intelectual, a cultura menos que rudimentar, a inadequação do momem à função, a impreparação humana, técnica e política, o improviso oportunista como forma de acção, a ausência de qualquer currículo salvo o videirismo da Jota, o carreirismo oco, a dependência de onagro dum golpista como o Relvas, a flagrante ganância golpista do poder, a mentira como argumento essencial, a ausência de gravidade, o tacticismo dum meliante vulgar... tudo isto era já patente no retrato. Se ainda não metia medo, já prometia borrasca. E Louçã estendeu-lhe o tapete vermelho.