terça-feira, 10 de maio de 2016

Calibração

Tempos houve, no sertão africano, em que levávamos uma aeronave para um terreiro, com um mecânico atrás e uns aparatos na mão. Seguíamos-lhe as instruções: 90 graus à direita, 180... Rodávamos sobre a cauda, enquanto ele fazia medições. A pedido, repetíamos, era preciso calibrar as bússolas jurássicas.
Lisboa é o único lugar em Portugal com vagos laivos de cosmopolitismo. A dimensão, os acontecimentos, os sotaques, os multiculturalismos, os horários, o formigar que não pára... Não é um lugar para velhos, mas é indispensável visitá-la: para relativizar as coisas, marcar bóias, calibrar as bússolas mentais. Depois deixá-la.