Era bom que a "realidade" não existisse. Porém existe e impõe-se.
Na crítica, é a literariedade existente no texto, conforme sustentavam os formalistas russos, que foram escorraçados pelo estalinismo ao serviço de razões vagamente sociológicas. Tudo o mais é estranho à literatura. Que me importa a mim lembrar que Mozart morreu na penúria, quando o ouço?
Os acidentes do autor, sociológicos ou outros, iluminarão a génese dum texto. Mas não lhe dão conta da essência. E ao leitor, se for mais que um voyeur, são-lhe indiferentes.