Em tempos foi aqui apresentado um relato em redondilha, escrito por um soldado que tomou parte no CEP da Flandres, em 1917.
Este de que hoje se dá notícia, recentemente editado pela Âncora, é um relato do mesmo tipo, escrito por um cabo de Valpaços. Embora mais pobre em rimas do que o anterior (alterna excertos em verso com relatos em prosa), é muitíssimo mais ilustrado e informativo e útil. A ortografia é muito mais correcta e clara. Um documento indiscutivelmente histórico, em boa hora dado a conhecer.
Perante a entrada iminente dos EUA no conflito, a chacina de La Lys foi um movimento explícito dos alemães para romper as linhas das trincheiras aliadas. Escolheram para isso o sector defendido pelas tropas portuguesas, que era mais frágil e mais desguarnecido.
A ruptura defensiva teve lugar, 7.500 soldados foram dizimados. Alguns foram aprisionados e levados para a Alemanha, e andaram por campos de prisioneiros que passaram pela Polónia e a Rússia.
Gritante e penoso, revela-se o abandono a que o contingente do CEP acabou votado pelo governo português; quer no front, quer no cativeiro, quer no regresso à pátria. Cuja fama (e bom proveito) de galdéria já vem de muito longe.
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