« (...) No final do séc. XVIII, após 250 anos de domínio exclusivo da Igreja Católica na formação da mentalidade colectiva portuguesa, (…) Portugal reconheceu a sua pobreza intrínseca – o comércio urbano e as exportações encontravam-se nas mãos dos ingleses, o pão era confeccionado com farinha branca inglesa, o carvão importado da Inglaterra, os trajes tecidos de seda de Lyon e das fazendas dos teares de Manchester, a louça provinda de Itália, as berlindas armadas em Paris, escolas públicas inexistentes, estradas reais inexistentes, (…). Pela Europa culta ostentavam-se os espectáculos públicos nacionais como exemplos de barbárie e superstição: autos-de-fé, procissões penitenciais e touradas. O Marquês de Pombal reagiu a esta situação catastrófica revolucionando o todo de Portugal – tesouro régio, educação, economia, urbanismo – assente na profunda convicção de que a Portugal nada faltava para ser igual aos restantes países, caso se alterasse o perfil das elites, insuflando-lhes um banho de Europa. [Miguel Real, Nova Teoria do Sebastianismo]
Faltou apenas dizer que Portugal esteve outra vez a um passo de romper com o seu fadário malsão. Tivesse isso acontecido, e era a presente a verdadeira ínclita geração, que finalmente acertou contas com uma história falhada. Mas não! As elites trucidaram o marquês novo com a Operação Marquês velho.
Isso não teve o Real tomates para o assumir, porque o preço era elevado.