[Entrevista do cor. Sanches Osório, ionline]
- O que pensa do fim do Instituto de Odivelas?
- As meninas de Odivelas vão, durante o dia, frequentar as instalações do Colégio Militar. Qual foi a génese disto? Um estudo do prof. dr. eng. Marçal Grilo. Por que fez o estudo não sei. Mas neste país, depois do governo vem a Fundação Gulbenkian. Ele concluiu o estudo, mas não tem nada com a execução. O ministro decidiu, e agora o Chefe do Estado Maior distribuirá os preservativos. Porque misturar rapazes e raparigas adolescentes é arranjar um molho de brócolos.
- É um crítico da re-estruturação das Forças Armadas. Não concorda que têm que ser re-estruturadas?
- É claro que sim, mas é preciso explicar os objectivos. Devia haver serviço militar obrigatório (SMO). Muito simplesmente para explicar ao comum dos cidadãos o que é a pátria, e que há valores além do défice. O SMO acabou porque o sr. Seguro, o sr. Coelho e outros não queriam dar o corpo ao manifesto, não queriam dar-se ao trabalho de o fazer.
- O que ofende os militares nesta altura?
- A base da história é que nunca, ao longo da história, se pediu a um funcionário público que morresse pela pátria. Mas agora vêm dizer que os militares são funcionários públicos. Em 1982, quando foi feita a tabela de vencimentos pela Assembleia da República, fez-se equivaler o nível de vencimentos dos juízes do STJ, dos embaixadores, dos professores catedráticos e dos generais. Passou a água por baixo das pontes, os juízes fizeram greve e os vencimentos aumentaram. Os professores fizeram greve e os vencimentos aumentaram. Os embaixadores e os generais não fizeram greve e ficaram a arder. Hoje o vencimento dum coronel é pouco mais de metade dum juiz desembargador. Se somos funcionários públicos iguais aos outros, então quero um sindicato. E quando me mandarem para o Líbano, eu digo que só vou se me pagarem X.