Estávamos ali, na Sonora, num dilema. Elas queriam responder ao desejo dum utente, que pedira a gravação dos Comentários Conimbricenses ao De Anima do Aristóteles Estagirita, vastamente usados pelos jesuítas de Évora, da Europa inteira, nos séculos XVI e XVII. Eu preferia um calhamaço do Thomas Mann, estranhamente inexistente no acervo.
Veio-me à lembrança a conversa com um médico, há uns anos, já andava por aí a fumarada de insânia que hoje desgoverna o mundo. - Que é que se pode fazer?! - perguntei eu, como quem pede ajuda. - Nada mais do que fazer cada um o melhor que souber, no seu campo de acção!
Tomei-lhe a sábia palavra no sentido literal, e abrimos ao mesmo tempo a gravação dos dois trabalhos. São mil e quinhentas páginas em frente dum microfone. Mas aturar as paranóias dum mundo deste calibre é bem pior.