1 - A primeira vez que ouvi falar de avaliação dos professores, há um quarto de século atrás, era ministra da Educação a sra. Ferreira Leite, dum infausto governo de Cavaco. Ensinava eu língua e literatura numa escola. Era também delegado sindical, da Fenprof, ramo Teodoro. Ao lado duma colega, que seguia a tendência esquerdista Pascoal.
Na reunião sindical que então fizemos, sustentei eu que sempre fora avaliado, em anteriores encarnações profissionais. Que a avaliação vinha aí, e tinha a sua lógica, era melhor pensarmos no assunto. E acrescentei alguns tópicos que me pareceram pertinentes.
A colega sindicalista deixou de me falar. Os restantes reservaram-me um mitigado ostracismo, e eu acabei a demitir-me das lides sindicais.
2 - As complexas e delicadas questões da avaliação explodiram no tempo mais recente da ministra sinistra, dum governo de Sócrates. E o Nogueira, para quem a trampa do PS é pior do que a merda do PPD, desceu a avenida da Liberdade como um pro-cônsul em triunfo, à frente duma tropa de imbecis. Limpou o terreno, minou a ministra e o governo. E deslocou um quarto de milhão de votos naturais nas eleições seguintes, estendendo deste modo o tapete vermelho à pior escumalha que alguma vez governou Portugal.
3 - Não tenho dúvidas de que os professores estão a ser chacinados, no aspecto profissional, no aspecto social, no aspecto anímico, no aspecto humano e na sua dignidade. Têm claramente a quem o agradecer. Nem dúvidas me restam de que a escola pública será disso a vítima final.
4 - A greve em curso às avaliações do período escolar, e a prometida greve aos exames finais, não juntará no fim os destroços dos professores, usados como bombistas suicidas. Degrada ainda mais a escola pública, servindo os objectivos dos marginais que nos governam. E defrauda dezenas de milhares de adolescentes e pais, muitos dos quais mereciam outra coisa.