Quem é que disse que os portugueses têm que pedir o barroco emprestado aos italianos, aos franceses, ao Bach, ao Händel, ao Telemann, à puta que os pariu?!
Carlos Seixas nasceu em Coimbra em 1704. O 4º conde da Ericeira deixou escrito no seu Diário, em 1734: "Os Viscondes de Barcarena derão ao Muzico Joseph António para o seu casamento presentes que se afirma valerem 3 mil cruzados, por que este muzico não leva dinheiro pelas liçoens que dá à Senhora Viscondessa e a suas filhas".
Em 1738 conseguiu obter o hábito de Cavaleiro da Ordem de Cristo, após nove anos de insistências e dificuldades, relacionadas com o facto de ter um avô carniceiro e outro alfaiate, e de as suas avós serem "mulheres de segunda condição".
Os portugueses, por junto, é que não passam, à escolha, ressalvando as excepções, duns papalvos, duns pimpões, e duns canalhas parasitas e traidores. Uns e outros, ainda hoje não mudaram. O Carlos Seixas foi músico e compositor, morreu em 1742 com 38 anos, e nunca saiu de Portugal.