Lembro-me dele no mar da Finisterra, há anos. O pescador estava ali em Barrañan, de cana espetada no areal. Quando ela se pôs a vibrar, o galego pegou-lhe a mãos ambas e começou a dar à manivela.
Não tardou que um robalo soberbo aparecesse a contorcer-se na espuma. As barbatanas dele eram um espavento, levantadas, armadas, revoltadas. Pareciam mesmo as velas do Cortez, quando apareciam ao largo com a prata do Eldorado.
Um robalo assim é um petisco. Nada como uns robalitos que aí andam, frouxos, moles, dos charcos da aquacultura.