O Serviço das Bibliotecas Itinerantes da Gulbenkian editava um Boletim que fornecia aos utentes. Este número de 1991, com tiragem de 70 mil exemplares, era dedicado ao público infantil e dava a ler quarenta histórias inéditas.
Era branco o meu cavalo,
Certo dia quis pintá-lo.
Mas estava sem saber
Que cor iria escolher.
Olho o céu que me aconselha
Cores do arco-da-velha.
Pintei-o, então, com cuidado,
Do violeta ao encarnado.
Quem tem cavalo mais belo?
Logo o arreio, logo o selo,
Logo o monto, decidido:
Eu alegre, ele garrido.
Mas quando o meti à estrada
Deixou a cor encarnada.
E a agitar a crina em franja
Desbotou-lhe a cor laranja.
Dou-lhe, por meta, uma estrela.
E que é da cor amarela?
Foi pastar ao prado e perde
A quarta cor: a cor verde.
Sopra-lhe o vento do Sul
E leva-lhe a cor azul.
Vêm as chuvas de Abril
E apagam-lhe a cor de anil.
Corre, então, como uma seta
E foge-lhe a cor violeta.
E agora monto, discreto,
(António Manuel Couto Viana)