sábado, 9 de maio de 2015

Cavalo de Tróia

Seguindo os trilhos dum comendador ainda aparentado, o Diamantino foi parar ao Brasil há-de haver uns cem anos. Por uns tempos viveu lá, casou-se com uma patrícia. Mas não apareceram filhos e um dia os dois regressaram.
O Diamantino recebia O Século pelo correio, com uma semana de atraso. E comprou um cavalo que era enorme, visto cá de baixo tinha as alturas do céu. 
Um dia apareceu aí com uma máquina de ferro, que uns alemães inventaram, e tinha lá por cima um cu de gente. O Diamantino sentava-se naquilo, assentava no lameiro a segadeira, mostrava a chibatita ao animal e ala moleiro!
Um ano fez-se a experiência, que nunca mais se voltou a repetir porque a máquina desperdiçava os fenos. Nesse tempo não havia produtividades. E o aparato era um cavalo de Tróia, soube-o eu muito depois.