E a cobardia de outros faz o resto.
«É uma situação complexa, que, sem paradoxo, é de uma enorme simplicidade. A maior de todas as fragilidade de Sócrates é que qualquer outro cenário que não a sua culpa é mais grave para o regime que a sua inocência. No dia em que saísse do tribunal como inocente, o custo seria altíssimo. Esta é a questão central desde o início do processo; a sua culpa fará com que o país lamente profundamente que um primeiro-ministro tenha traído a sua confiança, mas a sua inocência fará com que a democracia seja corrompida por uma dúvida que trará o caos e a incerteza. Não há meio-termo. No primeiro caso, a democracia fortalecer-se-á. No segundo, ficará envenenada.» [Luís Osório, jornal i]