segunda-feira, 13 de junho de 2016

Paus por baixo

Não sei o que se passa no alpendre, nem coscuvilho vidas de vizinhos. Porém ontem... 
O maganão do forneiro, de minhoca no bico, veio à fala. Que um dia destes apanha um izijet e vai à América. Diz que há lá umas drogarias onde a M16, daquelas do Afeganistão com trinta e cinco balázios, se vende à discrição. Ora qualquer cidadão, disse o forneiro, tem direito a uma cultura e a um território sagrado, o das boas tradições do colt à cinta.
Proibi-lho terminantemente. Fui ouvir as andorinhas, achei-as preocupadas com a educação dos filhos. Já têm as malas prontas, vão fechar a porta e pôr-se a andar, não querem guerras.
Instalei na rua a câmara de vigilância e um microfone furtivo; quero saber se há televisões americanas na casa da forneirita. 
Na dúvida, já se sabe, paus por baixo! Só me faltavam agora, no alpendre, daéxes e cobóis à morteirada!