Manhã na horta, que já não era sem tempo!
E logo ela a desfazer-se em lágrimas, de alegrias, de emoções, de reencontros...
- Será da rega que levaste às favas! - segreda-me o Caeiro. Que a tua horta não sente, cria frutos!
" (...) É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores. (...)"
[Excerto do poema XXVIII de Alberto Caeiro, Ed. Ática, Lx]