Não estou em condições de avaliar o merecimento do Livro de Linhagens do conde de Barcelos, um bastardo real. Mas não lhe terá faltado utilidade, num tempo em que não havia Facebook nem cartórios notariais.
Sei que o conde deu uma trabalheira à mãe-rainha, posta entre as hostes do pai e do filho em rebeldia, na charneca de Alvalade. Maré de apanhar um coice duma besta intranquila, a pobre Isabel das flores! E isso não abona em seu favor.
Mas duas coisas grandes teve o conde. Uma era o pai, D. Dinis, esse rei que bem mereceu Portugal, e Portugal precisava. Outra foi este imponente sarcófago de pedra, onde caberiam à vontade sete condes dos de agora.
Fui a São João de Tarouca expressamente para voltar a vê-lo, com os seus relevos de caça ao porco-bravo. Porém o chavalito cicerone não se deixou comover, nem me permitiu guardar uma imagem. Mal ele sabe que eu hei-de voltar à carga!