domingo, 21 de setembro de 2014

Os três lados do polígono mínimo português

1 – Já em 1975, os maoístas filhos do fascismo não instalaram a revolução cultural do livrinho vermelho no país, porque os militares e a UEC resistiram conforme puderam.
Agora, com a cumplicidade de variados escroques e o aplauso de múltiplos vendidos, o ministro Crato leva finalmente a cabo a tarefa de arruinar e lançar no caos a escola pública do país. No fim despede um director-geral e apresenta desculpas pelo incómodo.
Pela minha parte, vá o sr. Crato apresentar desculpas à puta que o pariu, que é quem o pode desculpar. O país está cansado destas desculpas de péssimos pagadores. Precisa de actos de governo e gestão competentes e adequados, e não de salamaleques. Precisa de que o ministro assuma as suas responsabilidades políticas e desapareça do mapa.
- Apesar dos atempados alertas (de que o sistema informático não aguentaria as mudanças da maior reforma dos últimos duzentos anos, que a ministra Paula pretendia realizar na Justiça), a senhora levou a sua avante, contra ventos e marés. Lançou assim o caos numa Justiça que já não precisava dele. No fim despediu um funcionário e apresentou desculpas pelo transtorno.
Pela minha parte, vá a dona Paula apresentar desculpas à puta que a pariu, e coisa e tal…
Isto acontece porque no governo que temos, dum pobre Passos Coelho, predomina a ignorância, a incompetência, a incultura, a impreparação, a incapacidade, o improviso, o truque retórico, e a humildade aparente dos tartufos. É de esperar que ministros como o do Interior, o da Saúde, o da Economia, sintam mesmo incómodo e vergonha perante tais companhias.
2 – O inútil e venerando chefe do estado, que abusivamente ocupa um palácio em Belém, jurou defender a Constituição da República e garantir o normal funcionamento das instituições democráticas.
É evidente que as ditas não estão a funcionar com normalidade. Porém o venerando, em lugar de cumprir os compromissos e correr com a canalhada, faz-se de morto e resume-se ao que é: um presidente da quinta da Coelha em vilegiatura.
3 – O Seguro submeteu o PS a um doloroso, longuíssimo e traumático processo de eleições primárias, com a participação de simpatizantes, sob pena de se demitir caso as perca.
Perante a opinião da maioria das concelhias, das distritais, das federações, Seguro abandonou os argumentos iniciais do queixume, do caminho das pedras, da traição do adversário, da falta de solidariedade, do seu suposto direito de levar o mandato até ao fim.
Passou a apregoar o seu combate infatigável aos interesses e promiscuidades da política e dos negócios, e à suposta questão que opõe os barões de Lisboa aos descamisados da província. E por puro desespero vai deixando cair propostas populistas, como a revisão das leis eleitorais e a redução do número de deputados na AR.
Ontem combatia essa ideia, hoje defende-a, não importa que seja em cima do joelho, improvisadamente, sem mesmo a discutir no próprio partido. Não lhe importa sequer fraccionar o grupo parlamentar. Menos lhe importa o absurdo momento para o qual a agendou potestativamente, dois dias depois das eleições primárias.
Seguro representa no PS o mesmo cancro de incapacidade, incompetência, ignorância e impreparação que campeia no governo. Depois da saída de Sócrates, em 2011, a coincidência de leituras políticas sobre os problemas do país irmana o ainda SG do PS à direita.
Se ele ganhar as eleições, rasga as entretelas do PS. Se as perder, pode demitir-se ou não de SG. Mas pode esfacelar a tessitura dos militantes do partido, e da sua base eleitoral que não regressará. Ora os danos do PS serão os mesmos danos do país, ao contrário do que pregam os oportunistas da esquerda messiânica, que fazem do PS o inimigo principal. Um vezo que transportam há cem anos, desde a República de Weimar.
Por isto tudo, Seguro Não Pode ganhar as eleições. É aos portugueses que cumpre dizê-lo agora.