terça-feira, 15 de julho de 2014

Ossos de ofício

Dois bezerros. Atulhados de pãezinhos, de bolachas, de bolinhos. De consolas electrónicas. Ambos filhos da vaca mais estúpida que já me saiu nas fábulas.
O seu lugar natural era no prado. Mas viajam mesmo atrás de mim, no autocarro que tomam por casa sua. São uma família portuguesa.
Já me estoiraram os tímpanos. Engoliram-me a santa paciência, a tolerância, a raiva. E ruminaram-me metade da manhã, mas fizeram um milagre imprevisível: transformaram-me o Porto em terra prometida.