quinta-feira, 31 de julho de 2014

A barganha

Em tempos tive um amigo de quem depois me afastei, por pura salvaguarda. Uma vez que ele usava obedecer, e sempre, à mesma múmia do Estaline.
Um dia confessei-lhe uma perplexidade e uma suspeita: a de que o ódio ao Sócrates, em uso desde 2005 (já estávamos em 2010), era uma coisa manhosa. E nunca se tinha visto coisa igual e tão encarniçada, desde o Marquês de Pombal. Alguma coisa haveria a motivá-la!
Ele respondeu-me que essa questão do ódio era pura barganha insignificante. Importantes na sua crítica ao Sócrates eram as questões de fundo que ele me quis traduzir do manual. 
Eu fui-me embora. E pouco tempo depois, o comité central levou o Passos e o Relvas ao altar.
A barganha do ódio ao Sócrates continua, por alguma razão será. O comité central ganhou cinco pontos eleitorais, seguindo o manual. Hoje publica consignas bombásticas na primeira página do Avante e fica-se por aí. Os fiéis (e os infiéis também) foderam-se todos juntos.