quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Lição

[NOTA: Numa caligrafia surpreendentemente compostinha: "Em Julho de 78 na Guarda, numa tarde de sol, nas festas da cidade, com o Pedro pela mão". Terá sido isto noutra incarnação?!]

«(...) Um breviário nobilíssimo da dignidade humana, escrito com a mais requintada das artes. (...)» Jorge de Sena, Lisboa, 1956.
- A tradução não é o que prometia, longe disso! E muito menos o discurso dela, surprendentemente frágil;
- Durante três dias, o grande peixe reboca o barco para o largo, de dentes ferrados no isco; 
- O velho acaba por vencer o peixe, que regressa à superfície e ostenta uma orgulhosa cauda de espadarte de seis metros;
- O velho aniquila o peixe e amarra-o ao barco;
- Os tubarões despedaçam-lho à dentada, no caminho de volta a Havana;
- Chega à praia só com o esqueleto, a cabeça e a cauda sempre altiva;
- É Manolin, o rapaz, quem cuida do velho. Traz-lhe café à cabana enquanto ele repousa e dorme; ("Ainda há muito para eu aprender, e só tu és capaz de me ensinar!")
- Os turistas confundem o peixe com os tubarões;
- O velho dorme, cura as mãos feridas pelas linhas e hesita. A sonhar com leões que só conhece dos sonhos.
Um belíssimo texto de Hemingway, em 120 páginas. Uma lição aos prolixos que por aí se vêem!